Por: Osmar Rebolo Junior
Enquanto Curitiba vivenciou um domingo sem futebol, com o Atlético dando vexame no interior do estado, diante do Nacional, no 1x1, e o Coritiba perdendo o clássico para o Paraná Clube, por 1x0, em Paranaguá, aliás, na partida que recebeu pouco mais de 2.500 torcedores, o Jornal Balançando a Rede acompanhou a decisão do 1º turno do Campeonato Catarinense, entre Joinville Esporte Clube (JEC) e Avaí, na bonita Joinville, que teve o time da casa como campeão.
Joinville é a maior cidade catarinense, com mais de 400 mil habitantes, e também o município mais rico do estado, o que politicamente e socialmente já gera uma grande rivalidade com os times da capital Florianópolis.
O jogo foi realizado na Arena de Joinville, que feita em 2004 pelo engenheiro curitibano Enio Fórnea, que também foi responsável pela construção da Baixada, em 1999.
Vale ressaltar, que a média de público do campeonato catarinense sempre foi maior do que a do paranaense, pois mesmo com a influência de outros times do Brasil no estado, os torcedores das cidades participantes do Catarinense, costumam apoiar o time da sua cidade, o que não acontece no nosso interior.
Ao todo, o público pagante foi de treze mil pessoas, levando em conta que sócios torcedores não pagam a entrada, por isso, acredita-se que os 22 mil lugares do estádio foram todos ocupados.
Tem que se destacar, que a torcida do Joinville é a mais fanática e maior torcida de Santa Catarina.
A agitação da torcida em torno do jogo começou um dia antes, com uma carreata de torcedores pela cidade. No domingo da manhã, teve uma fila gigante no estádio para comprar os ingressos restantes, e duas horas antes do jogo, a torcida já se concentrava em frente à Arena. Como só existe um acesso para o estádio, muitos torcedores do Avaí e também o ônibus com a delegação da capital, tiveram que passar pelo meio da galera joinvillense, mas além dos xingamentos, não aconteceu nenhum incidente, já que a PM local estava em grande número. As únicas ocorrências foram a de um torcedor do Avaí, que apanhou de alguns torcedores do Joinville em uma rua próxima ao estádio, e dentro dele, um torcedor de cada time foi retirado por policiais, por estarem “encrencando” nas arquibancadas.
Em campo, figuras carimbadas do futebol paranaense, como o atacante William e o treinador Sérgio Ramirez (ambos, ex Atlético) e Tesser (ex coxa), do lado do JEC, e Caio, pelo lado avaiano.
O Joinville jogava pelo empate para ficar com a taça, por ter feito a melhor campanha do turno, o que animou ainda mais a torcida, que espera um título desde 2001.
A partida começou com o Joinville pressionando, mas sem ter um atacante habilidoso, já que o destaque Lima, marca muitos gols, mais no oportunismo do que na qualidade com a bola no pé. Na primeira etapa, foram três chances claras de gol para o JEC, enquanto que o Avaí chegou uma vez, mas o goleiro Fabiano fez grande defesa.
Já na etapa final, o JEC sumiu em campo, e o Avaí dominou toda a etapa, e com certa facilidade saiu na frente com Patrick, aos 14 minutos.
Enquanto a torcida joinvillense estava impaciente na arquibancada, o JEC não se achava em campo e sofria pressão do Avaí.
Porém, quando muitos torcedores já tinham deixado o estádio, isso aos 48 minutos, o Joinville conseguiu chegar com perigo pela segunda vez em toda a 2ª etapa, mas desta vez, conseguiu o gol, após um grande bate rebate na área, Ricardinho acertou um chute, em que a bola desviou na zaga, enganando o goleiro avaiano, e entrou “chorada” no gol.
A Arena quase veio abaixo com o gol de Ricardinho, e com apito final, um minuto depois, a festa foi gigantesca no estádio, e também em toda a cidade, com direito a carreata dos torcedores pelas principais ruas.
Com o resultado, o Joinville se garante na semifinal da competição, mas mesmo que vença o returno não será o campeão direto. Pois em SC, o Quadrangular Semifinal reúne os vencedores dos turnos e mais dois times por indice técnico.
“Puxação de saco” de paulistas e cariocas
Entre as inúmeras curiosidades da decisão catarinense, o que chamou a atenção foi à enorme quantidade de torcedores que foram a Arena, com camisas de times de outros estados do País. Aqui em Curitiba estamos acostumados a ver pessoas com camisas de times paulistas e cariocas andando nas ruas, mas ainda bem que pelo nos estádios, a torcida é exemplar e só veste camisas do trio de ferro – e no máximo das chamadas “torcidas aliadas”, ou ainda da Seleção Brasileira.
Como Curitiba é próxima de Joinville, e muita gente vai passar o final de semana na terra do “JEC”, alguns torcedores foram vistos com a camisa do Coxa do lado avaiano, além de um torcedor com a camisa do Atlético, e sua namorada, que estava a “paisana”, mas torce para o Paraná Clube. Grêmio e Inter também tinham seus “representantes” na partida, mas também em pequeno número.
Entretanto, foram vistos inúmeros torcedores com camisas de Santos, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Vasco, Botafogo e Flamengo. Inclusive, foi muito comum observar vários torcedores mais preocupados com o resultado dos campeonatos de SP e RJ, do que com a decisão catarinense.
O inacreditável, para não dizer vergonhoso, foi logo após o término do jogo, pois como é de praxe, a galera invadiu o gramado para comemorar com o time. Mas um jovem deu a volta em campo comemorando com uma bandeira na mão, só que era uma bandeira do Vasco da Gama!!!
Mas, pelo menos, os torcedores de verdade do Joinville, se mostraram muito fanáticos e empurram o time durante os noventa minutos.
3 comentários:
Osmar, você vai achar estranho, mas existem coisas que só acontecem na FCF.
- Se a mesma equipe ganhar o turno e returno, ainda haverá uma final, contra a equipe de melhor índice técnico. Ou seja, se o JEC ganhar o returno ainda vai ter que jogar uma final.
- O JEC não está na Copa do Brasil ainda, apenas o campeão irá este ano, não será como nos outros em que ia o campeão e o vice. A outra vaga fica para o campeão da Copa SC.
É isso aí. Valeu!
Gabriel, obrigado pelas informações!
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