7 de dez. de 2009

O dia mais vergonhoso da história do futebol paranaense

Bandidos com a camisa do Coritiba foram responsáveis pelas cenas mais nojentas já vista nos campos de futebol do Paraná
Por: Osmar Rebolo Junior
Curitiba, estádio Couto Pereira, dia 06 de dezembro de 2009, última rodada do Campeonato Brasileiro. A capital paranaense, uma das melhores cidades do Brasil, foi comparada ontem a guerra civil que ocorre no Rio de Janeiro, mas no lugar de morros, a violência explicita aconteceu dentro de um único local (mas depois acabou se espalhando pelas ruas da cidade), que sempre foi palco para diversão familiar e muitas histórias emocionantes da paixão brasileira, o futebol.
Mas após a derrocada do Coritiba para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2010, algumas centenas de bandidos infiltrados entre os torcedores de verdade, mostraram ser torcida de 5ª categoria, ou futebolisticamente falando, de 4ª divisão. Eles marginais destruíram bastante o estádio Couto Pereira, agrediram policiais, jogadores, jornalistas e qualquer pessoa que aparecesse na frente. Nas ruas, ônibus, terminais, carros, muitos foram os prejuízos causados por estes vagabundos.

Tragédia anunciada
Durante a semana que antecedia a partida, a decisão da incompetente diretoria coxa branca de vender ingressos a preços que variam entre R$ 5 e 10 era o anúncio de que algo de grave poderia acontecer se o Coritiba fosse rebaixado.
A atitude nada mais foi do que uma tentativa populista, digna dos políticos mais corruptos do Brasil, em de forma quase que assistencialista “comprar” o silêncio dos torcedores, para esquecer da má administração do presidente Jairo Cirino. Com isso, principalmente os bandidos se aproveitaram do valor do ingresso, e se juntaram aos torcedores de bem, para conseguir assim entrar no estádio para poder badernar.
Nos minutos iniciais da partida, tudo era ótimo: o clima de festa da torcida, e em campo o coxa indo para cima, mas com o passar do tempo, tudo inverteu, e nos minutos finais já era possível ver que alguns torcedores já esperavam o apito para invadirem o gramado.
E assim foi feito. Cadeiras, bancos de reservas, grades de separação de setores, equipamentos roubados de jornalistas, extintores, tudo que se encontrava pela frente para atacar principalmente os policiais. Tudo sob os olhares dos verdadeiros torcedores do Coritiba e também de cidadãos, pois a revolta com o fato em si foi grande e maior ainda por saber, que nada vai acontecer com estes vagabundos, e ano que vem, novamente os verdadeiros torcedores estarão expostos as facções criminosas, que são as torcidas organizadas, tanto dentro como fora de campo, nos tubos de ligeirinho, nos terminais, etc.
O saldo da briga, que durou dentro do campo cerca de uma hora foi de dezessete pessoas hospitalizadas, cerca de dez delas são marginais que invadiram o campo. Outros três são policiais e demais torcedores vítimas dos baderneiros. De acordo com os meios de comunicação, dois torcedores ainda se encontram internados, sendo um em estado grave.
O policial Luiz Ricardo Gomide, de 38 anos, que foi após ser atingido pelos torcedores desmaiou no gramado, e mesmo assim continuo a ser agredido pelos marginais, chegou a ser anunciado pelas rádios como vitima fatal, felizmente, sofreu apenas fratura no nariz e está fora de perigo. Ele precisou ser levado pelo helicóptero da Polícia Rodoviária, que pousou no meio do gramado.
A briga aconteceu dentro do campo e nos primeiros andares do setor da torcida organizada “Império Alviverde”, entre tiros de borracha dados pela PM e objetos jogados pelos vândalos, os torcedores de verdade e suas famílias corriam para o 3º andar, onde não havia confusão.
O tumulto só foi normalizado dentro do estádio três horas depois do término da partida, e com muitos torcedores nas arquibancadas esperando o momento em que poderiam finalmente ir para casa sem “deparar” com os criminosos.
Nas ruas de Curitiba, as ações criminosas continuaram pelos quatro cantos da cidade até de madrugada. Segundo a URBS, 34 ônibus foram quebrados, fora o vandalismo nas estações tubo e nos terminais, principalmente no Cabral, próximo do Couto Pereira.

Álbum I de fotos
Fotos: Osmar Rebolo Junior


E os bandidos?
Durante a baderna foi difícil prender os bandidos, mas alguns destes se machucaram e precisaram de atendimento médico. Após serem atendidos, foram levados para a delegacia responsável pelas ocorrências do jogo. Um deles, ao ser preso ainda na ambulância, tentou convencer um policial que apenas tinha entrado no campo para buscar seu celular, que teria caído no campo quando este tentava fugir da briga. Claro que não convenceu o PM, e o marginal foi imediatamente preso.
Quase duas dezenas de torcedores foram presos, mas aí fica uma pergunta. O que acontece com os marginais, quando ficar provado suas participações na baderna? Segundo o secretário de Segurança do Paraná, Fernando Delazarri, a Justiça vai inclusive indiciar os envolvidos como tentativa de homicídio, algo realmente “pesado” para marginais tão acostumados a terem a branda Lei ao seu lado.
Sobre isso, um torcedor indignado nas arquibancadas falou. “Vândalos destruíram tudo, e se por acaso um pai tentasse fugir com seus filhos da baderna e para se livrar do marginal acabasse empurrando-o no fosso, causando a sua morte, ou se algum PM no momento em que o policial desmaiado continuava a ser agredido, para salvar a vida do colega atirasse matando o bandido, o que ia acontecer? Com certeza, todos os marginais passariam a ser coitadinhos e defendidos por um monte de gente, enquanto eu e o PM seriamos condenado a nos de cadeia por defender outras pessoas”, falou
A “torcida” das pessoas que gostam de futebol é que a guerra de ontem sirva para que seja mudada a forma como torcedores emocionalmente alterados em um jogo, e que não podem ser chamados de bandidos. Tomará que os envolvidos fiquem durante muitos anos atrás das grades.

Coritiba: O grande prejudicado!
O Coritiba foi o maior prejudicado, e por quem deveria “protege-lo”. Primeiro a vergonhosa diretoria, seguido por jogadores sem compromisso com o clube - inclusive ainda circulam boatos que o elenco teria perdido para o Santos por 4x0, a duas rodadas propositalmente para que os salários fossem pagos em dia, que mesmo valendo o direito de cidadão, um mês atrasado não faz falta para quem recebe R$ 30, 40, 50mil por mês. E por fim, a razão de viver do time, que á sua torcida. “Promoções” de ingressos como esta, feitas sem estudo prévio, distribuição de entradas para torcida organizada, apoio financeiro para material e viagens das torcidas organizadas são vícios que há muito tempo deveria ser abandonado pelo clube, como fez o Atlético, que viu dentro da Baixada, um público que preserva o patrimônio e quanto aos tumultos, realmente não acabaram, mas diminuíram bastante.
Para o Coritiba, o ano de 2010 será difícil, pois pode perder até 40% de verbas de televisão por estar em uma divisão inferior, a queda de valores patrocinais também irão cair. Além disso, é sabido que o clube tem uma grande divida com o Banco BMG, e agora vai ter que pagar – a punição do STJD deve sair nos próximos – R$ 200 mil pelos tumultos e gastar em torno de R$ 1mi para reformar a destruição de ontem no Couto Pereira. Além disso, ainda o clube poderá perder o mando de campo por dois meses, o que pode englobar o estadual, e ainda dez jogos na Série B do ano que vem, ou seja, em 2010, o Coritiba poderá jogar no Couto Pereira somente nas últimas partidas do Estadual e somente no segundo turno da Série B.

Álbum II

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